“Uma leve brisa entra pelos vãos das venezianas, me causam arrepios e uma sensação de angústia.”
Sem saber da onde vem esse sentimento, procuro coisas pra fazer e distrair a cabeça. Ao ligar o computador para te agradecer pela sua surpresa, leio seu e-mail... Meu Deus... Tumor? Sem palavras...
“Sinto a boca seca, não sei como te consolar... Me sinto um péssimo amigo.”
Graças ao seu presente pude apreciar aquela ilha maravilhosa, cheia de árvores e flores, a Ilha do Arvoredo, linda, sem palavras. O casamento, todos dançando e bebendo, eu e ela sorrindo, uma alegria que foge da razão. Nunca pude imaginar que existia esse tipo de sensação, se compara com os presentes ganhos quando criança em noites de Natal e aniversário... Não, essa sensação era muito melhor. A noite foi caindo, ela devorando os camarões nos espetos, parecia uma ursa esfomeada devorando tudo a sua frente “Eu não posso passar vontade, tenho que experimentar, principalmente esses camarões que estão divinos”. Ela podia até me comer se eu reclamasse, que seja aqueles benditos camarões. A cada espetinho sendo devorado, ficava imaginando pra onde ia tanta comida, acho que preciso arrumar um emprego melhor.
“Após saciar sua fome, sentou-se mais próxima encostando sua cabeça em meu peito como o dia da borboleta negra. Toda aquela paixão ainda existia em mim, todo aquele amor era cada vez maior. Passou a mão em meu rosto e com a outra acariciando o barrigão me pediu pra leva-la até nosso quarto no hotel.”
Ao chegarmos ao nosso quarto, ficamos admirados com o luxo. Até pista de dança tinha, umas luzes muito doida abaixo do piso. Com aquela chance, uma última música antes do relógio marcar meia noite e a luz da lua atravessar os vidros da porta da sacada.
“Deitou-se ao meu lado, podia sentir o cheiro do perfume que dei a ela em nosso primeiro encontro. Deixei minhas mãos invadirem sua intimidade, com beijos estratégicos...”
Ela exclama: - Para, para, para! O que fiz de errado? Ela disse que nada, estava com náuseas. Passou a madrugada pondo os camarões pra fora. Eu acordado, velando por seu sono!
“Podia sentir suas respirações, a cada suspiro tocando meu braço, a cada gemido espalhando-se por aquele enorme quarto, era impossível tirar os olhos dela, assim como me conter sem toca-la. Uma pele macia, tanto quanto a areia espremida entre meus dedos horas mais cedo. Os olhos ainda com maquiagens, a boca o brilho já não mais existia depois de tantos enjoos, umedeci um algodão e com toda sutileza do mundo retirei todo aquele desenho em sua face, estava transbordando de felicidade em tê-la ali, ao meu lado, podendo ser seu guardião, seu protetor.”
Aproveitamos ao máximo cada canto da praia, cada quebrar de ondas, cada golfinho que pudemos observar com seus treinadores. Duas semanas naquele paraíso natural, nos deu tempo de sentir saudades de casa, do conforto de nosso lar, que nenhum lugar pode nos oferecer.
Obrigado meu amigo, você tornou capaz um casamento perfeito, do qual achei que seria só no papel. Só uma coisa, como conseguiu falar com meu sogro e combinar tudo isso? Bom, não importa, tudo foi muito perfeito! E realmente estou muito surpreso com essa notícia, mas acho que é apenas mais um teste pra você perceber o quanto és forte. Já superou muitos obstáculos e este não será diferente, estou aqui para o que der e vier, pode contar comigo pra tudo. E mais uma vez... Obrigado pelo casamento!
PS: Vou te visitar em minha próxima folga do trabalho, tudo bem? Me ligam, se eu puder te ajudar em algo. Abraço!