Os olhos são encobertos pela sombra da árvore inclinada. O banco maltratado da praça nos acomoda e nos surpreende com uma visita inesperada. Cheia de dança e drama, em sua cor negra parece procurar algo, de um lado para o outro, sem nenhuma direção programada faz do seu vôo desenhos imaginários, dando a sensação de um corpo pesado e cansado. Negra, destacando uma pinta branca em cada ponta da asa, assim como as sete pintas na face daquela que se deita sobre meu peito, acariciando meus cabelos, beijando minhas mãos junto de um abraço apertado contra seu corpo. Não há malícia nos carinhos, apenas carinho, paixão... Amor! O amor é um sentimento traiçoeiro para quem não sabe compreende-lo, ao se amar uma pessoa é necessário calcular friamente o quanto se tem retorno, o quanto é recíproco, o quanto a pessoa é fiel! Amar é sofrer, se preocupar, se jogar de cabeça em espinhos e ainda assim continuar em frente, você querendo ou não abre mão de muitas coisas que é necessário para o relacionamento amadurecer, criando-se a confiança e respeito. Mas o amor mais duradouro e sadio é aquele que se voa livre, sem prisões, sem correntes ou algemas, em outras palavras ciúmes excessivos e desconfianças são como frascos de veneno tomado pingo a pingo, escurecendo a visão e roubando-lhe a sensatez! Ela era capaz de silenciar qualquer ruído com apenas um olhar, levando minha atenção para seus lábios ousados de mordidas incontroláveis na pele exposta a um fio de raio de luz que foge por entre as folhas secas. Tão pouco tempo, ela já me domina com seu jeito menina sedução, faz da ingenuidade uma arma contra minha paciência, tornando um lobo voraz atrás de sua presa desejando até o último suor. Uivando, meu ser transmite em formas de tremedeiras por todo o corpo, tornando a pele quente e ofegante, implorando "Pare!", e desejando cada vez mais "Me ignore... Continue!". E como a água gelada de uma correnteza ela me lembra "Ainda não!"... A borboleta continua sua dança se distanciando daquele banco, da minha visão, ambos percebemos o quanto há respeito, desejo, compreensão. O lobo uivante se acalma, com um beijo na testa e outro leve em seus lábios ela se vai.
"O efeito borboleta, uma ilusão de ótica, uma realidade distorcida ou teoria do caos, a certeza de algo é tão concreta e de repente o fato é outro."
PS: Caro amigo, sei que pode parecer que estou te ignorando, mas te mostro o amor, para que percebas que existe um DEUS, o qual você insiste recusar.