Outra coisinha...

Não crie raízes em solo areoso, assim como não espere encontrar aguá em seu mais novo esconderijo, é preciso ser adaptável e constantemente ligeiro, toda mudança é um passo para o crescimento... Acredite apenas em si mesmo!


Você é o visitante:

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A Carta - "O Dançar da Borboleta"


Os olhos são encobertos pela sombra da árvore inclinada. O banco maltratado da praça nos acomoda e nos surpreende com uma visita inesperada. Cheia de dança e drama, em sua cor negra parece procurar algo, de um lado para o outro, sem nenhuma direção programada faz do seu vôo desenhos imaginários, dando a sensação de um corpo pesado e cansado. Negra, destacando uma pinta branca em cada ponta da asa, assim como as sete pintas na face daquela que se deita sobre meu peito, acariciando meus cabelos, beijando minhas mãos junto de um abraço apertado contra seu corpo. Não há malícia nos carinhos, apenas carinho, paixão... Amor! O amor é um sentimento traiçoeiro para quem não sabe compreende-lo, ao se amar uma pessoa é necessário calcular friamente o quanto se tem retorno, o quanto é recíproco, o quanto a pessoa é fiel! Amar é sofrer, se preocupar, se jogar de cabeça em espinhos e ainda assim continuar em frente, você querendo ou não abre mão de muitas coisas que é necessário para o relacionamento amadurecer, criando-se a confiança e respeito. Mas o amor mais duradouro e sadio é aquele que se voa livre, sem prisões, sem correntes ou algemas, em outras palavras ciúmes excessivos e desconfianças são como frascos de veneno tomado pingo a pingo, escurecendo a visão e roubando-lhe a sensatez! Ela era capaz de silenciar qualquer ruído com apenas um olhar, levando minha atenção para seus lábios ousados de mordidas incontroláveis na pele exposta a um fio de raio de luz que foge por entre as folhas secas. Tão pouco tempo, ela já me domina com seu jeito menina sedução, faz da ingenuidade uma arma contra minha paciência, tornando um lobo voraz atrás de sua presa desejando até o último suor. Uivando, meu ser transmite em formas de tremedeiras por todo o corpo, tornando a pele quente e ofegante, implorando "Pare!", e desejando cada vez mais "Me ignore... Continue!". E como a água gelada de uma correnteza ela me lembra "Ainda não!"... A borboleta continua sua dança se distanciando daquele banco, da minha visão, ambos percebemos o quanto há respeito, desejo, compreensão. O lobo uivante se acalma, com um beijo na testa e outro leve em seus lábios ela se vai.

"O efeito borboleta, uma ilusão de ótica, uma realidade distorcida ou teoria do caos, a certeza de algo é tão concreta e de repente o fato é outro."

PS: Caro amigo, sei que pode parecer que estou te ignorando, mas te mostro o amor, para que percebas que existe um DEUS, o qual você insiste recusar.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Carta - "Repugnante"

Na primeira dose de Wisky a garrafa afoga os cubos de gelo, nas próximas doses que se seguem eles nem mais existem, se desfazem feito você nesse quarto de hotel. Poucas horas antes ela quer te impressionar, acelera voando pela pista, deixando as mãos correrem coxas acima. Um lugar escuro, rua cumplice de muitas traições e desapegos, você a procura de um falso amor, ela a procura apenas de sexo. A porta fechada, cativeiro de gritos e gemidos, de dores e prazeres desejados, corpos estirados no leito de muitos outros que já se saciaram. A meia preta é arrancada aos dentes, tão rápida quanto a velocidade pra chegar até o local, a calça é arrancada como um embrulho de pirulito, a intimidade invadida com arranhões e chupões desordenados. Uivos, latidos, vulgaridade são como poesias despencando do espelho sobre a cama, ela reclama: - Não para! Uma vez mais, uma dose de conhaque se faz uso de um copo com marcas de batom. O mundo parece girar, a cama, a bunda dela sendo empurrada contra seu corpo, sua alma é devorada até a último pingo de suor. Pela manhã um bilhete, um telefone, ela se foi! Uma grafa de conhaque jogada ao chão e a de wisky na mão, é assim que pretende levar a vida? Depois de tudo isso o que sobra pra você? Uma conta a se pagar, uma ressaca por dois dias a se curar e a sensação de solidão, vazio, do eu consumido em doses de arrependimentos. Cara, eu espero mais de você! Não se deixe levar por seus impulsos. Viver aventuras é uma coisa maravilhosa, mas só acho que deveria medir as consequências do dia seguinte. Essa é minha dica pra você. Eu te escrevo mais, quando ainda quiser me ouvir.

PS: Estou muito feliz com o meu namoro, faremos 4 meses amanhã. Abraços!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Carta – “Escurinho do cinema”


Até que enfim você deu um sinal de vida, demorou pra me ligar, hein?! Mas que bom saber que as coisas estão melhorando por ai. Mas tem uma coisa que não concordo contigo, o fato dessas noites longas sem dormir, tem que se cuidar. Pois é cara, o assunto que você queria saber foi no escurinho do cinema dia 18 do mês passado. No mesmo chafariz do shopping, estava eu esperando por ela, adivinha só, ela se atrasou novamente, hehe... Nervosismo a flor da pele, unhas comidas e dedos mutilados. Mas dessa vez tinha algo diferente no ar, tudo estava tão mais fácil, confiante de que aquela noite eu seria correspondido. As luzes se apagaram, os trailers começaram a passar. No cinema, ou melhor, no escurinho do cinema rola de tudo, desde safadeza ao romance de princesas, pessoas se encontrando e até mesmo se separando, e ainda sim continua sendo um dos lugares mais visitados. Sozinho ou acompanhado é um lugar ótimo pra se ir! Acabamos sentados em poltronas com divisórias, melhor assim! Ao menos não dava a entender que eu estaria querendo provocar uma situação... Agora sendo sincero, eu queria causar, provocar, ocasionar uma situação! Que droga, pensei! Mas acabou sendo a melhor opção, me deu a chance de acalmar o coração e deixar a mente menos impulsiva o possível. Não sei o porquê, mas esse dia tinha mais casais do que o normal, abaixo de nós tinha um casal se beijando desde o momento que chegamos; atrás de nós uns que não calavam a boca reclamando do cunhado que era mulherengo; do lado direito um casal de nerds que não trocaram um único beijo e não tiravam os olhos do casal de baixo; e do meu lado outro que não sabia dar risada baixa, fora o barulho dos saquinhos de salgadinhos. Fiz um comentário besta, do qual deveria manter a boca fechada: - Acho que estamos sobrando aqui! No mesmo momento pensei “Cala a boca idiota!”. De repente ela colocou a mão sobre a minha, que estava no encosto do assento, me consolando: - Por enquanto! Como um eco ressoou por milhares de vezes em frações de segundos na minha mente, “Por enquanto, por enquanto...”, me aproximei... Olhos sendo fitados, bem lentamente fui aproximando meu rosto do dela, olhando em seus olhos, a respiração ofegante, ficando a centímetros a ponto de sentir sua respiração. Corri meus olhos até sua boca, tocando sua face com uma das mãos, percebendo o pequeno movimento de seus lábios e a beijei... Tão devagar... Apreciando cada movimento de sua boca. Tive o segundo primeiro beijo, o primeiro beijo de amor! Naquele momento o tempo parou, os sons se cessaram, as pessoas desapareceram... E não pude evitar, uma danada de uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Cara, que vergonha! Eu, homem chorando? Ai ela passou a mão enxugando-a, e exclamou: - Lindo! Ao contrário de que a maioria pensa, não da pra se evitar o amor, ainda mais quando passamos a amar incondicionalmente uma pessoa, podemos acabar sofrendo ou vivenciando um amor eterno, eterno o quanto dure. Eu estou disposto a descobrir. Depois de quase um ano nesse rolo, finalmente ela estava ali ao meu lado... Eu agarrado a ela e ela a mim... Fui mais a fundo e a pedi em namoro... Ela: - Eu aceito! As horas voaram a partir daquele momento, minutos se tornaram segundos, as horas eram minutos ao lado dela, desde então vem sendo assim. Não tenho tido muitas respostas para o que tenho sentido, mas posso dizer que... Estou amando! Acho que você precisa encontrar uma pessoa assim. Bom, cada coisa no seu tempo, né? Está ficando meio tarde, nós falamos em breve. Abraços!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Carta – “O Perfume”


Antes de qualquer coisa, feliz ano novo atrasado! Os anos estão passando rápidos demais, chegamos à casa dos 20 sem notar. Bom, sei que você já deve estar saturado com essa história, mas mesmo assim vou te contar. Melancia, esse é o cheiro mais próximo do perfume, do primeiro beijo. Eu fui me encontrar com ela no shopping aquele dia que te contei, acabei comprando um presente do qual já tinha mencionado na última carta. Cheguei 30 minutos antes e sentei de frente com o chafariz. Estava muito nervoso, com dúvidas se era a coisa certa a fazer, muitas coisas entravam em jogo, por eu ser cinco anos mais velho que ela, a possível rejeição dos seus pais e o preconceito dos amigos próximos. De alguma forma aquele chafariz me fez ficar, me acalmou me fazendo respirar. Dado o horário combinado, nenhum sinal dela. E se passaram mais cinco minutos e nada. Dez minutos e toda a minha calma foi para o espaço, dando lugar a ansiedade e gostinho amargo de “bolo”. Quinze minutos e perdi totalmente a esperança, já me conformando “Ela não virá!”. Mesmo com todas as esperanças perdidas, eu fiquei ali sentado, com olhar fixo no chafariz, ouvindo apenas o cair das águas... Ouvi uma voz vinda lá do fundo falando meu nome “Psiu!” Era ela! Sinceramente, meu coração quase pifou pela velocidade em que acelerou ao olhar aqueles olhos verdes, o contorno dos lábios, aquele sorriso arrematador. Fomos para a sala do cinema, assistimos ao filme e depois sentamos em um banquinho para conversarmos com mais calma e clareza. Ela me explicou o porquê de ter desistido da primeira vez. Quando estávamos ficando, ela saiu com um outro carinha, acabou ficou com a consciência pesada e decidiu terminar, fato que ela começou a namorar o “outro”, mas já havia terminado a 3 meses antes desse encontro. Por um momento fiquei puto da vida, mas eu a amo demais, então disse a ela que jamais tocaria nesse assunto se ela ficasse comigo... Não concordou! Ela disse que nossos estilos de vida eram muitos diferentes. Ela estava certa nesse ponto, aí me veio à música “Eduardo e Mônica” de Renato Russo. Eu estava disposto a qualquer sacrifício por ela! Acabei não insistindo, ela parecia abatida com aquela situação. Dei a ela o presente de natal atrasado, um perfume... O Perfume!  Ela descreveu: - Eu uso esse perfume, como você sabia? Eu não sabia, era apenas uma fragrância, que me recordava o primeiro beijo. Acabei comprando exatamente o perfume que ela me beijou pela primeira vez. Eu senti naquele momento um amor tão imenso vindo dos olhos dela, me fazendo pensar “Você ainda vai ser minha!”. Não tivemos muito mais o que conversar. Eu estava muito emocionado, ela ainda mais. Ela foi embora!  Hoje é dia 27 de Janeiro, no dia 18 eu a vi novamente. Conheci a mãe dela e fomos assistir a um outro filme, nem me pergunte qual era. Ela usava o perfume que eu a dei. Com uma saia abaixo dos joelhos, toda detalhada com uma camisa branca de alcinha. Pedi-a em namoro... Velhinho vou indo nessa, ela acabou de chegar, está aqui em frente ao portão. Abraço! Eu te escrevo com maiores detalhes!

sábado, 19 de novembro de 2011

A Carta – “Ansiedade”


Fiquei alguns meses sem te escrever e nem é por falta de tempo, é que eu esqueci mesmo e você tem estado muito distante. Eu te vi no shopping há uns dois meses atrás, bem no momento em que você estava entrando na sala do cinema. Acho que foi no dia 5 de outubro, na parte da tarde. Eu me lembro da data porque a irmã do Juninho estava fazendo aniversário. Era uma galerinha agitada, hein?! E ai, rolou algo com alguma menininha? É que vocês estavam em casal, imagino que não perdeu tempo. Pois é cara, faz tempo! Hoje vou ver aquela pessoa que mencionei em abril. Comprei um presente de Natal pra ela, mas como passou da data nem sei se vou entregar. Eu o comprei naquele mesmo dia em que eu o vi. Ela estava de rolo com outro carinha... Estava! Porque agora não esta mais! E eu não desisti dela, na verdade ela nunca saiu da minha cabeça. Eu acredito que eu a esteja amando, sabe aquele amor pra vida toda? Cara, estou muito ansioso! Daqui a 4 horas irei vê-la.  Ela disse que precisamos conversar que tem algo importante pra me dizer. Será que ela sente o mesmo por mim? Não consigo me conter! Pensei que não fosse ficar assim, e quanto mais te conto sobre esse fato, mais ainda aumenta minha ansiedade, coração fica acelerado... Preciso respirar. Até mais pessoa, vou te escrevendo!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Carta – “Olhos Verdes”


E ai Ferinha? Está melhor? Espero que sim! Acho que não recebeu minha carta, né?! É que eu não tive nenhum retorno seu. Quando quiser pode me ligar, continuo com o mesmo número. Nossa, hoje estou um pouco cansado! Sai muito tarde da choperia, e tive ainda que descer a pé de lá. Na verdade sai cedo, já eram cinco da manhã. E vou trabalhar no restaurante, só estou passando em casa pra tomar uma ducha. Eu ia falar da garota que a conheci, por fim nem estou mais com ela. Tipo, ela é evangélica, e começamos a colocar defeitos... Não! Ela começou a colocar defeitos! Achou que o pai dela não fosse aceitar. Aí rompemos! Cara, sinceramente eu estava começando a me apaixonar, não sei explicar, mas desde o primeiro beijo na escadaria de uma praça, não consigo parar de lembrar. Foi uma coisa diferente! Mas deixa pra lá. Cara, ela é tão gatinha e carinhosa, que até o cheiro do perfume dela me deixou desnorteado, caidinho totalmente! Ela tem os cabelos dourados e ondulados... Os olhos... Os olhos me enfeitiçaram! Eles são verdes, com pequenos detalhes marrons próximos da íris. Em dias de muito sol, eles ficam com um tom esverdeado clarinho. Ah, como ela é linda! Ela é baixinha e eu também não sou alto, então combinou. Vou parar de escrever, o sono está começando a me pegar! Vou tomar um banho pra despertar e ir pro outro trabalho. Hei, me dá uma resposta, um sinal de vida! Eu te escrevo assim que tiver um tempinho. Abraço garoto!

A Carta – “A Primeira Carta”



Olha, difícil falar contigo! Então o negócio é te escrever essa carta. Fiquei sabendo que as coisas por ai não tem andado muito bem, que a tristeza chegou e acomodou-se. Por falar em acomodação,eu te vi esses dias com uma cara de cansado... Melhor dizendo, acabado! Mas não fica assim, porque a vida é assim com altos e baixos, o importante é sentir toda essa tristeza sorrindo e ouvindo uma boa música. É difícil na teoria, mas na prática é muito prazerosa. Deve estar achando que estou tirando uma onda com a sua cara, mas não estou! Pensa comigo, de que adianta chorar pelo leite derramado, se trancar no quarto, desistindo da vida sabendo que amanhã é um novo dia e com ele vem as responsabilidades? A forma de pensar de uma pessoa é a chave para as suas conquistas futuras, pessimismo só atrai cada vez mais desânimo, a preguiça se instala e aí “fode” tudo! E uma boa forma de se reerguer, é ajudar a quem precisa. Tipo eu, te ajudando estou me ajudando! É que tenho tido umas recaídas, mas nada de tão assustador. Apenas ganhei uns quilinhos, umas dobrinhas indesejadas, andei comendo muita porcaria. Hun, só de pensar me dá vontade! Também não é a melhor saída, porque pra algumas pessoas obesidade é sinônimo de vergonha e depressão, a mesma merda que você anda sentindo!
Mudando de assunto, adivinha quem encontrei na rua? Lembra da Tati, irmã da Luana, aquela que você deu uns amassos? Pois é, ela está linda! Toda sorridente, solteira e indo a igreja! Ela diz que é por isso que está alegre, que encontrou seu lugar. Bom pra ela! Já eu, prefiro ter minha fé um pouco distante dessas estruturas de pedras. Desculpa, fugi do assunto, mas acho que seria bom você começar a buscar forças onde só o coração compreende. Tá, parei! Sei que não curte muito esse lance. Acho que estou começando a não saber mais o que te escrever. Deve ser esse sol insuportável vazando entre as venezianas. 
Abraços então garoto! Semana que vem te falo da garotinha que eu conheci, toda dengosa, delicada! Acho que estou apaixonado! Até mais!