Outra coisinha...

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Carta – “O Perfume”


Antes de qualquer coisa, feliz ano novo atrasado! Os anos estão passando rápidos demais, chegamos à casa dos 20 sem notar. Bom, sei que você já deve estar saturado com essa história, mas mesmo assim vou te contar. Melancia, esse é o cheiro mais próximo do perfume, do primeiro beijo. Eu fui me encontrar com ela no shopping aquele dia que te contei, acabei comprando um presente do qual já tinha mencionado na última carta. Cheguei 30 minutos antes e sentei de frente com o chafariz. Estava muito nervoso, com dúvidas se era a coisa certa a fazer, muitas coisas entravam em jogo, por eu ser cinco anos mais velho que ela, a possível rejeição dos seus pais e o preconceito dos amigos próximos. De alguma forma aquele chafariz me fez ficar, me acalmou me fazendo respirar. Dado o horário combinado, nenhum sinal dela. E se passaram mais cinco minutos e nada. Dez minutos e toda a minha calma foi para o espaço, dando lugar a ansiedade e gostinho amargo de “bolo”. Quinze minutos e perdi totalmente a esperança, já me conformando “Ela não virá!”. Mesmo com todas as esperanças perdidas, eu fiquei ali sentado, com olhar fixo no chafariz, ouvindo apenas o cair das águas... Ouvi uma voz vinda lá do fundo falando meu nome “Psiu!” Era ela! Sinceramente, meu coração quase pifou pela velocidade em que acelerou ao olhar aqueles olhos verdes, o contorno dos lábios, aquele sorriso arrematador. Fomos para a sala do cinema, assistimos ao filme e depois sentamos em um banquinho para conversarmos com mais calma e clareza. Ela me explicou o porquê de ter desistido da primeira vez. Quando estávamos ficando, ela saiu com um outro carinha, acabou ficou com a consciência pesada e decidiu terminar, fato que ela começou a namorar o “outro”, mas já havia terminado a 3 meses antes desse encontro. Por um momento fiquei puto da vida, mas eu a amo demais, então disse a ela que jamais tocaria nesse assunto se ela ficasse comigo... Não concordou! Ela disse que nossos estilos de vida eram muitos diferentes. Ela estava certa nesse ponto, aí me veio à música “Eduardo e Mônica” de Renato Russo. Eu estava disposto a qualquer sacrifício por ela! Acabei não insistindo, ela parecia abatida com aquela situação. Dei a ela o presente de natal atrasado, um perfume... O Perfume!  Ela descreveu: - Eu uso esse perfume, como você sabia? Eu não sabia, era apenas uma fragrância, que me recordava o primeiro beijo. Acabei comprando exatamente o perfume que ela me beijou pela primeira vez. Eu senti naquele momento um amor tão imenso vindo dos olhos dela, me fazendo pensar “Você ainda vai ser minha!”. Não tivemos muito mais o que conversar. Eu estava muito emocionado, ela ainda mais. Ela foi embora!  Hoje é dia 27 de Janeiro, no dia 18 eu a vi novamente. Conheci a mãe dela e fomos assistir a um outro filme, nem me pergunte qual era. Ela usava o perfume que eu a dei. Com uma saia abaixo dos joelhos, toda detalhada com uma camisa branca de alcinha. Pedi-a em namoro... Velhinho vou indo nessa, ela acabou de chegar, está aqui em frente ao portão. Abraço! Eu te escrevo com maiores detalhes!

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